Tuesday, January 22, 2008

Viagem a Pushkar

Era minha primeira semana na Índia e até então só conhecia as pessoas do trabalho. Então consegui o contato de uma Polonesa, que estava morando e trabalhando em Gurgaon, também pela AIESEC. Liguei para a Anna e combinamos de nos encontrar em frente ao meu condominio às 19:30.

Nos encontramos e caminhei com ela até sua casa, onde conheci suas colegas de quarto. Anya e Natalia da Ucrânia. Elas estavam se preparando para viajar, naquela mesma noite e me chamaram para ir. Iriam outros estrangeiros também a Pushkar.

Eu estava meio doente, não conhecia nada, tinha acabado de conhecê-las e não tinha planos para o fim de semana. Claro que aceitei o convite!

Fomos de taxi até um ponto na estrada, onde as pessoas pegam ônibus. Queríamos ir para Jaipur, a capital do estado de Rajasthan e de lá para Pushkar. Agora os desafios: Estava congelante (tipo uns 8 graus), os ônibus não têm escrito pra onde vão (pelo menos não em inglês e todos os que passavam estavam lotados.

Nosso trunfo era o Hamza, o único indiano da turma de 9: Anna (Polônia), Kat (Alemanha), Natalia (Ucrania), Torril (Noruega), David (Bélgica), Julian (França), Sam (Camarões), Hamza (Índia) e eu, o brazuca.

Então ficamos mais ou menos 1 hora, correndo (literalmente) atrás de cada ônibus que passava e perguntando “Jaipur, Jaipur, Jaipur?”. Até que um disse que tinha lugar. Era um “Sleeping Bus” ou “Onibus de Dormir”. Na parte de baixo, cadeiras “normais”. Em cima “camas”. Um colchão no lugar onde se coloca as bagagens de mão, indescritível.

Eu tive a grande sorte de dividir o meu com o Sam. Um camaronês de 1,90. O pior era que a janela não fechava completamente. Então um ventinho congelante entrava na cabine. Passamos muito, muito frio. Dormir, impossível. Tudo bem, o que são 9 horas de viagem durante a madrugada...?

Acabou que o Hamza negociou com o motorista e ficamos num vilarejo ainda mais perto de Pushkar, que não lembro o nome. Tomamos um chai (chá preto com leite) na beira da estrada, muito gostoso. Pegamos um taxi até Pushkar, ficaria mais barato e mais confortável.

Finalmente chegamos. Pushkar é uma cidade em volta de um lago sagrado. Tem alguns templos e um comércio bem típico-pra-turista-gastar. A cidade tem várias pousadas e hotéis, todos com nomes: “Paraíso”, “Maravilha”, “Palácio”. Só o nome. Ficamos em um bem ajeitadinho, com um gramado no centro onde tomávamos café da manhã.

Saimos logo e fomos caminhar pela cidade. Tiramos várias fotos dos templos, passamos pelo comércio e chegamos no que era um dos principais motivos da viagem. Os camelos! Alugamos alguns camelos para andar pelos arredores da cidade. A parte mais emocionante é quando ele levanta e quando ele se abaixa; igual montanha russa.

Eu e Anna pegamos o camelo mais legal, conseguimos até dar uma corridinha nele. O balanço do camelo é legal, mas depois de um tempo assa tudo. Depois de 1 hora andando de camelo, resolvemos parar no famoso lago Pushkar.

Infelizmente é beeem poluido, então só tiramos fotos mesmo. Um guru veio até nós e ofereceu uma fitinha para por no braço e uma flor para jogar no lago. Sob recomendação do Hamza, não aceitei. O Sam e a Torril aceitaram, o cara falou umas coisas esquisitas, eles jogaram a flor no lago e depois pediu uma “doação”. O Sam se recusou a dar e o cara ficou seguindo ele, enchendo o saco.

Isso é foda, os caras aproveitam dos turistas, desvirtuam a religião e ficam ganhando dinheiro em cima disso. Tem os gurus e outros religiosos sérios, que não pedem dinheiro nem nada. Mas o que aparece mais são esses caras.

Bom, fomos almoçar num restaurantezinho simpático com mesa ao ar livre. Depois aproveitamos uns colchões para tomar chai e relaxar um pouco. Toquei um pouco de percusão e o garçom não gostou muito, mas era só pra tirar foto.

A noite fomos ao “Pink Floyd Cafe”. É uma pousada completamente psicodélica, com pinturas, luz negra e frases do “Dark side of the moon” espalhadas por todo canto. No terraço um bar. Muito agradável, mas já tinhamos pedido jantar na nossa pousada.

Passamos a noite bebendo whiskey indiano (não é ruim não) e rindo muito com “drinking games”. Ensinei ao pessoal aquela brincadeira de atirar, defender e recarregar a arma, passamos a noite nisso. No dia seguinte acordamos, tomamos café da manhã e demos uma volta.

Foi o que deu pra fazer antes de pegar o ônibus de volta pra Delhi. Dessa vez um ônibus sentado. Mas quase não tem espaço para as pernas, então dormir é de novo um desafio. Chegamos a noite e dividi um riquixá com a Anna para casa (moramos perto).

Apesar de ter ficado rouco a semana toda, foi o melhor primeiro fim de semana que poderia ter tido na Índia.


"Sleeping Bus"

Sam e eu na "cabine"

Chai com o Belga

Sistema Anti-Incendio (posto de gasolina)

Templo em Pushkar

Mulher Misteriosa

Templo
Dentro do Templo

Maquiagem à granel

Roupas Tipicas

Templo Pushkar

Eu, Anna e o camelo

Tchau Camelo!

9 Países

Cochilando no lago

Chai depois do almoço

Não ganhei gorjeta


Café da manhã

Ônibus sentado



Riquixá em Gurgaon

(English Version)

It was my first week in India and I only knew people from work. So I got the contact of a Polish girl who was living and working in Gurgaon, also by AIESEC. I called Anna and we arranged a meeting in front of Belvedere Park at 19:30.

We met and went to her place, where I met her roommates and neighbors: Natalia and Anya, from Ukraine. They were preparing to a trip that same night and asked me to join in. Other foreigners were also going to Pushkar.

I was a little sick, didn’t knew anything, had just met the girls and didn’t had plans for the weekend. Of course I said yes!

We went by cab till a certain point in the road where people wait for buses. We wanted to go to Jaipur, the capital of Rajasthan and from there to Pushkar. Now the challenges: It was freezing (like 8 degrees Celsius), the buses don’t have written to where they are going (at least not in English) and all buses were full.

Our triumph was because of Hamza, the only Indian amongst the 9 group: Anna (Poland), Natalia (Ukraine), Torril (Norway), David (Belgium), Julian (France), Sam (Cameron), Hamza (Indian) and me, the Brazilian.

So, we stayed there for about 1 hour literally running after each bus that appeared and asking: “Jaipur, Jaipur, Jaipur?”. Till one bus said that had empty seats. But it was a “Sleeping Bus”. Below it had normal seats. On the top, “beds”: a mattress where usually people put the hand baggage; indescribable.

I had the big fortune to share my cabin with Sam: a 1.90m Cameroon. The worse part was that the window didn’t closed. So a freezing breeze kept invading the cabin. We felt cold, sooo much cold. To sleep was impossible. But it’s all right: what is 9 hours trip before dawn…?

At last, Hamza negotiated with the bus driver and the bus dropt us in a small village closer to Pushkar that I don’t remember the name. We drank a chai (black tea with milk and cardamom) at a side-road tend, very nice. We took a cab to Pushkar – it was cheaper, faster and more comfortable.

We finally arrived in Pushkar. It is a small town that surrounds a sacred lake. There is some temples and a very typical-commerce-for-tourists. The city has many hostels all with “Paradise”, “Wonderful”, “Palace” in its names; only in its names. We stayed in a very nice one, with a grass field in the middle of it where we had breakfast.

After leaving the bags in the rooms we went for a walk in the town. We took many pictures of the temples, passed through the commerce and finally founded one of the main reasons of the trip. Cammels!
We rent some camels and went for a ride in the surroundings of the town. The most exciting part is when the camel raise up and get down; a living rollercoaster.

Anna and I had the coolest camel and we could even run a little bit. The camel ride is cool but after a while starts to hurt (feels like your leg is burning). After 1 hour of camel riding we decided to stop at the famous Pushkar Lake.

Unfortunately the lake is veeery polluted so we just took pictures. One “guru” came into our group and offered a cord to tie in the wrist and a flower to throw in the lake. Under Hamza’s recommendation I didn’t accepted. Sam and Torril accepted and the guru said something in weird, they threw the flower in the lake and then he asked for a “donation”. Sam refused to pay and the guy kept following and bothering him.

That’s a crap. People take advantage of tourists, use religion in a wrong way and make money over this. There is the real gurus and religious people that are serious and don’t follow tourists asking for money. But usually what you see is this other kind.

Then we went for lunch in a quite nice restaurant with outdoor table. After the lunch we enjoyed some mattresses to have chai and relax. I tried to play some percussion but the waiter was looking bad at me; at least we could take pictures.

At night we went to “PinkFloyd Cafe”. It is a completely psycodelic hostel with paintings, black lamps and phrases from “The Dark Side of The Moon” album all over the place. On the roof there was a bar. It was very cozy but we already had ordered dinner in our hostel.

We spent the night drinking indian whiskey (not that bad) and laughing a lot with drinking games. I taught the guys that game that we have to shot, protect and reload the weapon – we played all night. Next morning we had breakfast and went for a walk to find a cab.

It was the only thing we could do before getting a bus back to Delhi. This time it was a seating bus. But we couldn’t sleep again because it didn’t had space for the legs and the seat doesn’t move. We arrived at night in Gurgaon and I shared a rickshaw with Anna to go home.

Despite being voiceless during the whole next week, it was the best first weekend I could have in India.

Saturday, January 19, 2008

Trabalho

Andando 1 quarteirão na poeira, chego no complexo onde fica o escritório. DLF Cyber Greens 14 e 15 andares. O prédio é super moderno e bonito. Tudo é muito limpo e bem cuidado.

Na frente do prédio tem uma praça com fonte que está sempre desligada. Além disso, tem uma grande praça de alimentação, com fast food ocidentais e também indianas. Pizza Hut, McDonals, Domino’s, Subway... Estão todos aqui. Todos os dias como uma comida indiana diferente, uma aventura ao paladar. Já estou mais acostumado com a pimenta, mas nunca escolho os pratos que tem “Apimentado” em seu nome.

O time de Comunicação Corporativa é pequeno, somos 8 mas ainda falta uma trainee da Bulgária que está para chegar. Dentre estes 8 tem 2 ex-membros da AIESEC, que também trabalharam no exterior, então eles entendem bem o que eu estou passando.

O ambiente de trabalho não é muito diferente das grandes empresas no Brasil. Todos os dias vestimos roupa social e sexta-feira é livre, viva a calça jeans! Uma diferença grande é que geralmente almoçamos por volta das 2:30 da tarde e não ao meio-dia como no Brasil.

Já tenho meu cubículo, minha credencial e meu laptop, mas ainda faltam o telefone, o email e a conta no banco. A burocracia é um saco! Ainda não “enfeitei” meu cubículo com fotos e lembranças do Brasil, porque vou me mudar para Bangalore. Lá sim será meu lugar.

Estou gostando do trabalho. A equipe me faz sentir que realmente faço parte do processo e cada vez mais me vejo envolvido com outras coisas. Tenho em mãos 2 projetos que gosto muito: o plano de comunicação de um programa de treinamento sobre os valores da empresa e a construção da página na intranet da unidade de Bangalore.

Em Bangalore fica o Bell Labs da India. Pra quem não sabe, o Bell Labs é um dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia do mundo. Os caras tem 11 premios Nobel e são responsáveis por inovações como o transistor, o laser... Uma das minhas responsabilidades é fazer com que eles apareçam mais dentro e fora da Alcatel-Lucent.

Bom, vou atualizando sobre o trabalho na medida que as coisas forem acontecendo. No próximo post, minha primeira viagem de fim de semana dentro da Índia. :)


Predio Alcatel-Lucent

Pracinha

Hall de Entrada

Vista da Minha Mesa

Minha mesa

(English Version)

Walking one block in the dust I make it to the building complex where is the office: DLF Cyber Greens 14th and 15th floors. The building is very modern and beautiful. Everything is very clean and well cared.

In front of the building there is a square with a fountain that is always off. There’s also a big food court with Indian and Western fast food restaurants. Pizza Hut, McDonald’s, Domino’s, Subway… They are all here. Everyday I ate a different Indian dish, a tasting adventure. I’m getting used to pepper but I never order something that has “Spicy” in its name.

The Corporate Communications team is small. We are 8 people but its still missing a Bulgarian trainee that is arriving soon. Amongst these 8 people there are 2 AIESEC alumni that also had internships abroad, so they understand what I am passing through.

The work environment is not that different from big companies in Brazil. During the whole week we dress formally and on Friday is casual day; greets to jeans! One big difference is that we usually have lunch by 2:30pm and not a noon as in Brazil.

I already have my cubicle, my credential and my laptop but it’s still missing the phone, the email ID and the bank account. Bureaucracy sucks! I still didn’t decorate my cubicle with photos and memories from Brazil because I’ll move to Bangalore. There will be my place.

I’m enjoying my job. The team make me feel like I’m part of the process and I see myself envolved with other stuff more each time. I have in my hands 2 projects that I really like: the communication plan of a training program about the company values and the intranet webpage of Bangalore unit.

In Bangalore there is Bell Labs India. For those who don’t know, Bell Labs is one of the main research and development centers of technology in the world. They own 11 Nobel prizes and are responsible for innovations such as the transistor, the laser… One of my assignments is to showcase them inside and outside Alcatel-Lucent.
Well, I’ll update about the working when new things start to happen. In the next post: my first weekend trip in India.

Casa de Hóspedes

Belvedere Park B71 – DLF City Phase III, Gurgaon, Haryana. Este é o meu endereço durante o mês de Janeiro. No início de Fevereiro irei me mudar para Bangalore, no sul da India. Enquanto isso estou na casa de hospedes da Alcatel-Lucent, vivendo como patrão.


Belvedere Park é um condomínio bem grandinho. São vários prédios e uma área comum com: piscina, sala de ginastica, salão de festas, salão de jogos e uma lojinha que tem de tudo (frutas e legumes, cosmeticos, comida, bebidas nao alcoolicas...). São 2 elevadores, sempre uma aventura. A energia acaba várias vezes durante o dia (tipo umas 10 vezes), durante alguns segundos ou minutos. Não demorou muito para que acabasse comigo dentro do elevador. Alguns segundos depois ele voltou a funcionar.


A casa de hóspedes é mantida pela empresa. Tem 2 “empregados” que se revesam e cuidam de tudo. As vezes são atenciosos até demais e acham estranho quando eu não quero nada. Tem uma sala de TV com TV a cabo e sofás beem confortáveis. Logo atrás fica a mesa de jantar. Fico em uma suíte muito confortável. Uma cama de casal, guarda-roupas, ar-condicionado, aquecedor... Não é grande nem pequeno, o ideal. O banheiro também é do tamanho ideal e limpam todos os dias.


O banho que é sempre legal. Aquecedor a gás e balde! Tem ducha, mas eu tô tomando banho de balde. A ducha estava estragada e tomei banho de balde no primeiro dia. Aí acabei percebendo que economizo muita água e tempo assim, então vou de balde! Como estou no sétimo andar, poderia ter uma vista bacana, mas graças à poluição e poeira, só consigo ver o predio do outro lado da avenida.


A avenida é uma loucura, buzinas 24 horas por dia, principalmente nos horários de rush. É que na Índia, não se usa retrovisores. Então é através da buzina que eles comunicam que “Estou aqui” ou “Estou passando” (depende da intensidade da buzina). Os caminhões e ônibus têm até escrito no para-choque traseiro “Buzine por favor”. Os carros que têm retrovisor sempre os mantém dobrados, para diminuir a chance de bater. E TODOS os carros são amassados. TODOS!



Moro a 1 quadra do trabalho, então é muito tranquilo ir e voltar. Só que não tem calçada, ando ou no cantinho da avenida ou no meio da poeira das construções. Gurgaon é literalmente um campo de construção gigante. Todos os lados tem prédios enormes sendo erguidos.


Bom, to gostando... Tenho certeza que vou sentir falta deste conforto todo quando me mudar para Bangalore, onde devo morar com outros estrangeiros e dividir as tarefas domésticas.



Belvedere Park - Vista

Sala de TV

Mesa de Jantar

Quarto

O Balde

(English Version)

Belveder Park B71 – DLF City Phase III, Gurgaon, Haryana. This is my address during January. In the beginning of February I’ll move to Bangalore, south India.

During this time I’m staying on Alcatel-Lucent’s guest house, living as a king. Belvedere Park is a quite big condominium. There are many buildings and a common area with: swimming pool, gym, party room, game’s room and a small shop that has everything (fruits and vegetables, cosmetics, food, non-alcoholic beverages…).

There are 2 lifts; always an adventure. The city runs out of power several times during the day (like 10 times a day). It didn’t take long for having a blackout when I was in the lift. Some seconds later it came back to function.

The guest house is maintain by the company. It has 2 “house servants” who share the work shift and take care of everything. Sometimes they care too much and think weird when I just don’t want anything. There is a TV room with cable TV and good comfortable sofas. Right behind there is a dinner table.

I’m staying in a very comfortable bedroom with my own bathroom. There is a double bed, closet, AC, heat… Is not too big and not too small; just the ideal. The bathroom has also the right size and is cleaned everyday.

The bath is always fun. Gas heating and a bucket! Is has a shower but I’m taking bath is the bucket. The shower was not working and I took a bucket shower in the first day. Then I realized that I can save water and time this way, so bucket it is!

As I’m in the 7th floor I could have a nice view, but thanks to the pollution and dust I can only see the building at the other side of the avenue. The avenue is madness: horns 24/7, mainly during rush hours. That’s because in India they don’t use mirrors. So is by horning that they can communicate “I’m here!” or “I’m passing by” (it depends on the intensity of the horn).

The trucks and buses have written in the back bumper “Please Horn”. The cars that have external mirror always kept them folded to reduce the chance of crashing it. ALL the cars are crushed; ALL of them.

I live only one block away from work so is very easy to go and get back. The thing is that there’s no sidewalk so I walk besides the avenue or in the middle of the construction dust. Gurgaon is literally a giant construction site. Everywhere there are enormous buildings being built.

I’m enjoying my time here. I’m sure I’ll miss all this comfort when I move to Bangalore, where I should live with other foreigners and share domestic duties.

Tuesday, January 15, 2008

Primeiro Dia

Antes de sair do aeroporto, coloquei um poncho colombiano. Uma amiga da Colômbia havia me dado este poncho de presente, a Juli. Agora ela estava morando em Mumbai e iria me receber no aeroporto, por isso resolvi sair a caracterizado.

Ao sair, primeiro o cheiro. Sempre havia escutado e lido sobre o cheiro da Índia. Um cheiro de sândalo tomou conta dos meus pulmões, misturado com a brisa salgada do mar de Mumbai. Depois veio a multidão.

Eram centenas de pessoas esperando por passageiros. Todas olharam para mim. E várias apontaram e riram do meu poncho. Andei de um lado para o outro, com vergonha, e não achei minha amiga. Eram 1:45 da manhã.

Tirei o poncho e fui atras de algum telefone, ver se conseguia falar com ela. Na fila para telefonar, fui abordado por dois indianos. Perguntaram para quem eu queria ligar e porque. Expliquei que uma amiga iria me buscar. O cara tomou o papel que tinha o telefone da minha mão e começou a discar em seu celular. Pensamento do momento: vão me cobrar uma fortuna.

Consegui falar com minha amiga, ela havia confundido a data de minha chegada: “Não é amanhã?” “Não ñoña, é hoje! Tô aqui!!” Desliguei o telefone, agradeci e perguntei quanto era. O cara não quis dinheiro, disse que era um favor. Que surpresa agradável!

Esperei mais uns 25 minutos e a Juli apareceu, correndo. Nos abraçamos muito, quanta saudade. Nós trabalhamos e moramos juntos em SP por 1 ano, faziam 7 meses que a gente não se via.

Fomos de auto-riquichá para a sua casa. É um triciclo com uma cabine, muuito precário e engraçado. Há quem diga que tem seu charme. Chegamos na casa da Juli. Um condominio fechado com predios de uns 6 andares. Sem elevador.

O apartamento é bem aconchegante. Ficamos na sala (que se tornou meu quarto por uma noite) conversando e rindo muito. Eu teria que pegar o vôo para Delhi logo na manhã seguinte, às 9:20 e a Juli tinha que trabalhar; então fomos dormir.

Fui acordado por dezenas de corvos. Achei muito estranho um corvo ser um pássaro urbano. Em Mumbai são como nossos pardais. Pegamos um auto-riquixá novamente para o aeroporto. Ao fazer meu check-in fui informado que meu vôo seria adiado, por causa da “neblina”. Mas não havia neblina e sim uma nuvem densa de poluição. Beeem pior do que São Paulo nos dias de inversão térmica.

Acabei conhecendo 3 modelos que estavam pegando o mesmo vôo, 2 brasileiras e 1 russa. Pelo menos foi divertido esperar pelo próximo vôo. Finalmente embarcamos, no avião, tudo de Bollywood.

Filmes, seriados (tipo os do Sony e WBChannel), entrevistas, shows, premiações, CDs... Coloquei numa rádio de musica classica indiana e tentei dormir. Tentei, porque o avião era muito espremido e o turco do meu lado muito espaçoso, toda hora trombávamos o cotovelo. A comida dessa vez era meeeesmo apimentada, se nao fosse o paozinho com manteiga que acompanhava, nao terminava o prato.

Cheguei em Delhi, a mesma fumaça de poluição. Minha mala ainda intacta. Me despedi das modelos e trocamos contatos. Saí do aeroporto e dessa vez haviam 2 meninas da AIESEC, com uma plaquinha: Andre Maciel. Nos apresentamos (claro que nao entendi os nomes de primeira) e fomos de carro até onde será minha casa e meu trabalho neste mês.

No próximo post, apresento minha casa e escritórios temporários...




Riquixá (excelente estado)


Vista Interna




Eu e mala no auto-riquixá




Juli (la ñoña)


Juli e eu.


Juli e seu condominio



Aeroporto em Mumbai



Mumbai e a poluição

(English Version)

Before left the airport I wearied a Colombian poncho. One friend of mine from Colombia had given this poncho as a gift, Juli. Now she is living in Mumbai and would pick me up at the airport. So I decided to come out in Colombian avatar.

Getting outside: the smell. I had heard and read about India smell. A scent of sandalwood mixed with the salt ocean breeze of Mumbai invaded my lungs. After this I saw the crowd.

There were hundreds of people waiting for passengers. All of them looked at me. Many of them pointed and laughed of my poncho. I walked around embarrassed and didn’t found my friend. It was 1:45am.

I took out the poncho and tried to find a phone cabin to talk with her. In the cue to call two Indian guys approached me. They asked to whom was I calling and why. I explained that I was calling a friend to pick me up. The guy took the piece of paper with the phone number out of my hands and started to dial in his cell phone. Thoughts at the time: they will charge me a fortune.

I talked with my friend. She had made confusion with my arrival dates: “It isn’t tomorrow?” “No, ñoña is today! I’m here!!” I ended the calling, said thanks and asked how much that would cost me. The guy didn’t wanted money, said that was a favor. What a lovely surprise!

I waited for 25 minutes and Juli showed up, running. We hugged for a long time. How much we missed each other! We worked and lived together in Sao Paulo for 1 year; there was over 7 months without seeing each other.

We went by auto-riquishaw to her place. It is a tricycle with a cabin; very poor and funny. There are those who say that a riquishaw has its charm. We arrived in Juli’s place. It is a complex of buildings of 6 floors each. No lift.

The apartment is very sheltering. We stayed in the living room (which became my room for one night) talking and laughing a lot. I had to catch the flight to Delhi early in the morning, at 09:20 and Juli had to work; so we went to sleep.

I woke up by dozens of craws. I though very weird a craw be an urban bird. In India they are. We took another auto-riquishaw to the airport. By doing my check-in I was informed that my flight was delayed because of the “fog”. There was no fog but a dense pollution cloud: sooo much worse than Sao Paulo.

I’ve ended up getting to know 3 model girls that were waiting for the same flight, 2 Brazilians and one Russian. At least it was fun waiting for the next flight. We finally could board. In the plane, it was all about Bollywood.

Movies, series (like Sony e WBChannel), interviews, shows, awards, CDs... I tuned in a classical Indian radio and tried to sleep. Tried, because the airplane was very little and the Turkish guy besides me very annoying, we were bumping our elbows every time.

I arrived in Delhi and there it was the same pollution fog. My baggage was still safe. I said goodbye to the models and we changed contacts. I went out to the airport and this time there was 2 girls from AIESEC with a little sign: “Andre Maciel”. We introduced each other (of course I could not understand the names at the first time) e we went by car to the place I’ll work and live during this month.

In the next post I’ll introduce to you my temporary house and office…

Friday, January 11, 2008

A Viagem

Minha jornada se iniciou às 09:20 no Aeroporto de Confins. Disse tchau à minha família e embarquei para São Paulo. Pela janela do avião tentei ver pela última vez Belo Horizonte, minha cidade; não consegui.

Chegando em SP fui recepcionado por um grande velho amigo, Gus. Fomos juntos Diretores de Gestao de Pessoas da AIESEC; eu em BH e ele em SP. Do aeroporto, fomos à minha antiga casa em SP, onde encontrei outros amigos.

Tive meu último almoço digna de uma despedida do Brasil: feijoada! Claro que comi pouco e às 15:00 fomos para o aeroporto. Antes de embarcar, cafezinho e pão de queijo!

Embarquei no vôo para a Africa do Sul, Joanesburgo. O vôo estava lotado. Ao meu lado viajou Victor, um empresario venezuelano, da industria petroleira (esqueci o nome). Estava indo para Uganda, onde haviam descoberto recentemente um poço de petroleo.

Uma curiosidade dos vôos da South African é que sempre no início do vôo eles passam pelos corredores jogando um spray cheiroso (tipo Bom Ar). Todo aviao fica infestado por uma fumaça branca.

No avião muitos brasileiros. Dentre eles, um grupo de cerca de 20 pessoas, a caminho da Índia. Estavam com um professor de Yoga e iriam fazer um tour durante todo o mês. Me infiltrei neste grupo atraves da Maila, uma mineirinha formada em Mecatronica na PUC, trabalha hoje na embraer.

Chegamos em Joanesburgo e nao deu pra ver nada. O aeroporto parece ser meio isolado, entao não pude nem ver a cidade de longe. O aeroporto é enorme, muitas conexões são realizadas aqui. No mesanino do aeroporto tive minha primeira aula de Yoga, gostei.

De Joanesburgo a Mumbai o vôo foi bem mais vazio. A comida já era bem apimentada e os filmes na tela eram de Bollywood, deu aquele sentimento de que a Índia estava chegando. Ao chegar na Índia, não pudemos pousar. O tráfego aéreo era tão intenso que o avião teve que ficar dando voltas entre Mumbai e Pune. Havia o risco de ter que descer em Pune, o que seria péssimo para mim, que pegaria outro vôo mais tarde em Mumbai. Depois de 1 hora e meia, deu tudo certo e desci em Mumbai. Minha mala chegou sem problemas, respirei fundo, agradeci, dei tchau aos meus novos amigos brasileiros e sai do aeroporto pronto para ver a Índia pela primeira vez...


Comisário passando spray
.


Aeroporto Joanesburgo


Loja de doces e comidas tipicas.


Yoga. (meu lugar é onde está o tênis)


Artesanato Indaba.


Produtos de pele de antílope



Ovos de avestruz pintados.

(English Version)

My journey started at 09:20am at the Confins International Airport. I said goodbye to my family and caught my fly to Sao Paulo. Through the window of the airplane I tried to see Belo Horizonte, my hometown, for the last time; I couldn’t.

Arriving in SP I met a great old friend, Gus. We were at the same time People Development Directors of AIESEC; me in BH, him in SP. From the airport we went to my old home in SP, where I met other friends.

I had a true bye-bye from Brazil lunch: Feijoada! Of course that I ate just a little and by 3pm we went to the airport. Before the departure, coffee and pao de queijo!

The flight to Johannesburg, South Africa, was full. I the seat besides me was traveling Victor; a business man from a petrol company. He was heading to Uganda, where they had found a new oil reserve.

One curiosity about flying through South African Airways is that they always spray a kind of perfume in the beginning of the travel. All the plane is taken by a white smoke.

In the plane were many brazilians. Within the Brazilians a group of 20 people heading to India. They were following a Yoga teacher and would make a 1 month trip throughout the country. I infiltrated myself into the group thanks to Maila, a mineira girl graduated at PUC and that nowadays works on Embraer.

We arrived in Johannesburg and we couldn’t see anything of the city. The airport seems to be isolated, so I couldn’t see the city even by far away. The airport is huge, has many connections. In the mezzanine of the airport I had my first Yoga lesson, I liked.

From Johannesburg to Mumbai the plane was much emptier. The food was already hot and spicy and the movies on the screen were from Bollywood. It gave me the feeling that India was closer.

When we got in India we could not land. Air traffic was so intense that the plane had to be giving laps between Mumbai and Pune. There was the risk of having to land in Pune, which would be terrible to me that had to catch another flight later in Mumbai.

After 1 hour and a half everything went right and we landed in Mumbai. My bag arrived without any problems. I took a deep breath, said graces, said goodbye to my new Brazilian friends and went out of the airport ready to see India for the first time…