Nos encontramos e caminhei com ela até sua casa, onde conheci suas colegas de quarto. Anya e Natalia da Ucrânia. Elas estavam se preparando para viajar, naquela mesma noite e me chamaram para ir. Iriam outros estrangeiros também a Pushkar.
Eu estava meio doente, não conhecia nada, tinha acabado de conhecê-las e não tinha planos para o fim de semana. Claro que aceitei o convite!
Fomos de taxi até um ponto na estrada, onde as pessoas pegam ônibus. Queríamos ir para Jaipur, a capital do estado de Rajasthan e de lá para Pushkar. Agora os desafios: Estava congelante (tipo uns 8 graus), os ônibus não têm escrito pra onde vão (pelo menos não em inglês e todos os que passavam estavam lotados.
Nosso trunfo era o Hamza, o único indiano da turma de 9: Anna (Polônia), Kat (Alemanha), Natalia (Ucrania), Torril (Noruega), David (Bélgica), Julian (França), Sam (Camarões), Hamza (Índia) e eu, o brazuca.
Então ficamos mais ou menos 1 hora, correndo (literalmente) atrás de cada ônibus que passava e perguntando “Jaipur, Jaipur, Jaipur?”. Até que um disse que tinha lugar. Era um “Sleeping Bus” ou “Onibus de Dormir”. Na parte de baixo, cadeiras “normais”. Em cima “camas”. Um colchão no lugar onde se coloca as bagagens de mão, indescritível.
Eu tive a grande sorte de dividir o meu com o Sam. Um camaronês de 1,90. O pior era que a janela não fechava completamente. Então um ventinho congelante entrava na cabine. Passamos muito, muito frio. Dormir, impossível. Tudo bem, o que são 9 horas de viagem durante a madrugada...?
Acabou que o Hamza negociou com o motorista e ficamos num vilarejo ainda mais perto de Pushkar, que não lembro o nome. Tomamos um chai (chá preto com leite) na beira da estrada, muito gostoso. Pegamos um taxi até Pushkar, ficaria mais barato e mais confortável.
Finalmente chegamos. Pushkar é uma cidade em volta de um lago sagrado. Tem alguns templos e um comércio bem típico-pra-turista-gastar. A cidade tem várias pousadas e hotéis, todos com nomes: “Paraíso”, “Maravilha”, “Palácio”. Só o nome. Ficamos em um bem ajeitadinho, com um gramado no centro onde tomávamos café da manhã.
Saimos logo e fomos caminhar pela cidade. Tiramos várias fotos dos templos, passamos pelo comércio e chegamos no que era um dos principais motivos da viagem. Os camelos! Alugamos alguns camelos para andar pelos arredores da cidade. A parte mais emocionante é quando ele levanta e quando ele se abaixa; igual montanha russa.
Eu e Anna pegamos o camelo mais legal, conseguimos até dar uma corridinha nele. O balanço do camelo é legal, mas depois de um tempo assa tudo. Depois de 1 hora andando de camelo, resolvemos parar no famoso lago Pushkar.
Infelizmente é beeem poluido, então só tiramos fotos mesmo. Um guru veio até nós e ofereceu uma fitinha para por no braço e uma flor para jogar no lago. Sob recomendação do Hamza, não aceitei. O Sam e a Torril aceitaram, o cara falou umas coisas esquisitas, eles jogaram a flor no lago e depois pediu uma “doação”. O Sam se recusou a dar e o cara ficou seguindo ele, enchendo o saco.
Isso é foda, os caras aproveitam dos turistas, desvirtuam a religião e ficam ganhando dinheiro em cima disso. Tem os gurus e outros religiosos sérios, que não pedem dinheiro nem nada. Mas o que aparece mais são esses caras.
Bom, fomos almoçar num restaurantezinho simpático com mesa ao ar livre. Depois aproveitamos uns colchões para tomar chai e relaxar um pouco. Toquei um pouco de percusão e o garçom não gostou muito, mas era só pra tirar foto.
A noite fomos ao “Pink Floyd Cafe”. É uma pousada completamente psicodélica, com pinturas, luz negra e frases do “Dark side of the moon” espalhadas por todo canto. No terraço um bar. Muito agradável, mas já tinhamos pedido jantar na nossa pousada.
Passamos a noite bebendo whiskey indiano (não é ruim não) e rindo muito com “drinking games”. Ensinei ao pessoal aquela brincadeira de atirar, defender e recarregar a arma, passamos a noite nisso. No dia seguinte acordamos, tomamos café da manhã e demos uma volta.
Foi o que deu pra fazer antes de pegar o ônibus de volta pra Delhi. Dessa vez um ônibus sentado. Mas quase não tem espaço para as pernas, então dormir é de novo um desafio. Chegamos a noite e dividi um riquixá com a Anna para casa (moramos perto).
Apesar de ter ficado rouco a semana toda, foi o melhor primeiro fim de semana que poderia ter tido na Índia.
Sam e eu na "cabine"
Chai com o Belga
Sistema Anti-Incendio (posto de gasolina)
Templo em Pushkar
Mulher Misteriosa
Templo
Dentro do Templo
Maquiagem à granel
Roupas Tipicas
Templo Pushkar
Eu, Anna e o camelo
Tchau Camelo!
9 Países
Cochilando no lago
Não ganhei gorjeta
Café da manhã
Ônibus sentado
Riquixá em Gurgaon
(English Version)
It was my first week in India and I only knew people from work. So I got the contact of a Polish girl who was living and working in Gurgaon, also by AIESEC. I called Anna and we arranged a meeting in front of Belvedere Park at 19:30.
We met and went to her place, where I met her roommates and neighbors: Natalia and Anya, from Ukraine. They were preparing to a trip that same night and asked me to join in. Other foreigners were also going to Pushkar.
I was a little sick, didn’t knew anything, had just met the girls and didn’t had plans for the weekend. Of course I said yes!
We went by cab till a certain point in the road where people wait for buses. We wanted to go to Jaipur, the capital of Rajasthan and from there to Pushkar. Now the challenges: It was freezing (like 8 degrees Celsius), the buses don’t have written to where they are going (at least not in English) and all buses were full.
Our triumph was because of Hamza, the only Indian amongst the 9 group: Anna (Poland), Natalia (Ukraine), Torril (Norway), David (Belgium), Julian (France), Sam (Cameron), Hamza (Indian) and me, the Brazilian.
So, we stayed there for about 1 hour literally running after each bus that appeared and asking: “Jaipur, Jaipur, Jaipur?”. Till one bus said that had empty seats. But it was a “Sleeping Bus”. Below it had normal seats. On the top, “beds”: a mattress where usually people put the hand baggage; indescribable.
I had the big fortune to share my cabin with Sam: a 1.90m Cameroon. The worse part was that the window didn’t closed. So a freezing breeze kept invading the cabin. We felt cold, sooo much cold. To sleep was impossible. But it’s all right: what is 9 hours trip before dawn…?
At last, Hamza negotiated with the bus driver and the bus dropt us in a small village closer to Pushkar that I don’t remember the name. We drank a chai (black tea with milk and cardamom) at a side-road tend, very nice. We took a cab to Pushkar – it was cheaper, faster and more comfortable.
We finally arrived in Pushkar. It is a small town that surrounds a sacred lake. There is some temples and a very typical-commerce-for-tourists. The city has many hostels all with “Paradise”, “Wonderful”, “Palace” in its names; only in its names. We stayed in a very nice one, with a grass field in the middle of it where we had breakfast.
After leaving the bags in the rooms we went for a walk in the town. We took many pictures of the temples, passed through the commerce and finally founded one of the main reasons of the trip. Cammels!
We rent some camels and went for a ride in the surroundings of the town. The most exciting part is when the camel raise up and get down; a living rollercoaster.
Anna and I had the coolest camel and we could even run a little bit. The camel ride is cool but after a while starts to hurt (feels like your leg is burning). After 1 hour of camel riding we decided to stop at the famous Pushkar Lake.
Unfortunately the lake is veeery polluted so we just took pictures. One “guru” came into our group and offered a cord to tie in the wrist and a flower to throw in the lake. Under Hamza’s recommendation I didn’t accepted. Sam and Torril accepted and the guru said something in weird, they threw the flower in the lake and then he asked for a “donation”. Sam refused to pay and the guy kept following and bothering him.
That’s a crap. People take advantage of tourists, use religion in a wrong way and make money over this. There is the real gurus and religious people that are serious and don’t follow tourists asking for money. But usually what you see is this other kind.
Then we went for lunch in a quite nice restaurant with outdoor table. After the lunch we enjoyed some mattresses to have chai and relax. I tried to play some percussion but the waiter was looking bad at me; at least we could take pictures.
At night we went to “PinkFloyd Cafe”. It is a completely psycodelic hostel with paintings, black lamps and phrases from “The Dark Side of The Moon” album all over the place. On the roof there was a bar. It was very cozy but we already had ordered dinner in our hostel.
We spent the night drinking indian whiskey (not that bad) and laughing a lot with drinking games. I taught the guys that game that we have to shot, protect and reload the weapon – we played all night. Next morning we had breakfast and went for a walk to find a cab.
It was the only thing we could do before getting a bus back to Delhi. This time it was a seating bus. But we couldn’t sleep again because it didn’t had space for the legs and the seat doesn’t move. We arrived at night in Gurgaon and I shared a rickshaw with Anna to go home.
Despite being voiceless during the whole next week, it was the best first weekend I could have in India.