Antes de vir pra Índia já escutava este nome: Goa. Passagem obrigatória dos turistas, o lugar de onde surgiu o trance, praias belíssimas, uma antiga colônia portuguesa, onde havia alguns (poucos) resquícios da nossa da língua Portuguesa.
Aproveitando um feriado na terça-feira, partimos para 4 dias na praia. Éramos alguns trainees que moravam em Bangalore, outros de Mumbai e outros de Chennai. Ao todo: uns 16. Dentre estes, a Juli!!! A Juli é uma amiga colombiana, trabalhamos e dividimos uma casa (ou flat??) durante 1 ano em SP. Coincidência boa estarmos os dois na Índia agora.
Decidimos ir a Pallolem Beach, no Sul de Goa. Parecia que estávamos todos na mesma situação: stressados com o trabalho ou com a cidade que estávamos vivendo. O plano era re-la-xar. Nada de passeios longos, ônibus, visita a templos... “Só” praia, sol, mar, cerveja, comida bom e risadas.
Nós de Bangalore fomos de ônibus fretado e depois de virar a noite na estrada, acordamos em Goa. Caminhando para a praia, eu ainda tinha o incômodo de carregar uma mala maior, terno e laptop – de Goa iria para Delhi a trabalho. Tive explicar várias vezes: “porque você trouxe terno pra praia???”
Palolem Beach é uma vila pequena, colorida e graciosa. Claro que tem a rua do comércio (como as praias brasileiras), cheia de lojinhas de artesanato e outros souvenires. A praia é bonita: uma baia com rochas nas pontas, mar azul e areia fina. Ao fundo, entre castanheiras e coqueiros, as pousadas, sempre com o restaurante voltado ao mar e decorado com lanternas, colchões e almofadas coloridas – uns mais chiques e outros mais simples.
Após andar um bocado, acabamos encontrando uma pousada de bom preço e capaz de acomodar o grupo quase todo – alguns casais preferiram outra pousada. Chegando na pousada, não se passaram 5 minutos, já estava de bermudão, olhando as ondas e tomando uma cerveja gelada – mesmo depois de uma noite mal dormida da viagem.
Depois veio o café da manhã reforçado, mais uma cerveja e finalmente o primeiro mergulho no Mar Arábico, Oceano Índico. E foi exatamente isso que pensei quando me joguei no mar, boiando com a cara pro Sol: “meu Deus olha onde eu to! Nadando no Índico”!
O pessoal de Mumbai e Chennai chegou. Corri na praia pra dar um abraço na Juli e logo fui conhecendo todo mundo. Almoço na praia: camarão e peixe, é claro (como todo bom mineiro)! Praia também pede FUTEBOL! O jogo foi: América do Sul (Brasil e Colômbia) x África (África do Sul, Camarões e Egito). América do Sul na cabeça!
O Sol começou a baixar e fui caminhar na praia com a Juli – muito tempo sem conversar direito, muita coisa pra compartilhar sobre a loucura de se viver na Índia, planos para o futuro, coisas da cabeça e do coração.
Fomos ver o pôr-do-sol no lado esquerdo da praia, onde tem um resort de cabaninhas de madeira. Depois de subir nas pedras, uma cena estranha... Uma equipe de filmagem, gravando 2 mulheres loiras nas pedras, em poses sensuais enquanto um homem com cara de malandro as entrevistava. Disse pra Juli: “Putz, parece até filmagem de filme pornô”.
Queríamos tirar foto ao por-do-Sol, fui pedir um grupo de meninas que estavam do lado. A primeira coisa que uma delas me disse foi: “Você não acha que aquilo parece um filme pornô?”
De noite fomos jantar todos juntos, mesa gigante com papos e risadas diversos. O William levou uma garrafa de cachaça colombiana (além de 23 kilos de doces que trouxe na bagagem de mão, direto da Colômbia) – já tinha tomado antes, dilícia! Depois de comer, pedi um narguilê de maçã pra fumar com o pessoal. Desculpa o mineirês, mas ô trem bom pra relaxar!
Relaxei demais, bateu um sooono de fazer a pressão baixar. Fui sozinho de volta pra pousada, caminhando na praia onde vaquinhas dormiam (sim, tem vaca até na praia), ouvindo o quebrar das ondas sob a luz de um céu estrelado como há muito tempo não via.
Estava tão gostoso caminhar pela praia, sentindo a brisa fresca e salgada, que nem percebi que havia passado da pousada. Cheguei até o outro lado da praia, onde o céu estrelado se refletia num rio que desemboca no mar. Foi o reflexo das estrelas que me salvou de um banho de rio na madrugada.
Acordar na praia, ao som do mar, tomar um banho frio, uma água de côco e correr! Adoro correr, na praia então é compromisso certo – acordo cedo só pra correr na praia. Depois da corrida, café-da-manhã e de novo a rotina: cerveja, mar, mar, mar, cerveja, cerveja, mar, futebol, cerveja, risadas. Nossa pousada deixava pranchas de bodyboarding disponíveis aos hóspedes. Foi a primeira vez que usei essas pranchas, é muito bom!
Ficamos sabendo de uma festa, uma tal de Silent Noise (barulho silencioso). O esquema era: festa na areia, 2 DJs tocando trance, entrada free e música rolando até as 23:00. Depois deste horário, música só pra quem alugasse fones de ouvido sem fio. Estávamos cépticos sobre a festa, não alugamos os fones de ouvido. As onze anunciaram: a partir de agora, música só nos fones.
Foi incrível estar em um silêncio absoluto e ver centenas de pessoas com fones se remexendo na areia, sorrindo e dançando muito. Corri pra comprar o meu! Adorei a festa, ainda mais porque dava pra conhecer muita gente. Bastava pedir para tirar o fone e conversar normalmente, sem gritaria, sem mímica – fazia silêncio.
Voltei pra pousada às 5 e alguma coisa e tinha um compromisso logo mais. Tínhamos alugado um barco para ir ver golfinhos naquela manhã. Segundo os nativos, só seria possível logo de manhazinha, tipo às 7.
Não é bom pegar um barco mar adentro, de ressaca, sem dormir. Mas isso não foi o pior... Golfinhos??? Vimos de longe uns 3, só as costas enquanto fugiam dos barcos. Sabe aquelas cenas de filmes, com os golfinhos pulando perto do barco – pois é, não foi assim.
Uma das coisas mais legais da viagem foi ver o Sol se pôr no mar. No Brasil eu sempre via ele nascendo do mar e se pondo no continente... Mas eu tava do outro lado! Lindo, lindo ver aquela bola laranjada gigante se fundindo com o mar. Só faltou fazer Tsssssss.
Além de um lugar delicioso, a companhia era muito boa. Muito bom dar gargalhadas a todo o momento, ter conversas aleatórias e se divertir com gente do mundo todo... Além disso, se divertir com coisas novas como brincar de “catch” (uma das coisas que se faz no cricket) com o sul-africano e fazer acrobacias na areia.
Depois de 4 dias na praia, fui para Delhi relaxado, pronto pra agüentar uma série de reuniões, poluição, calor insuportável – o pacote completo. Goa pede outra visita. Lá, descobrir o melhor remédio para a vida caótica e irritante das metrópoles indianas – viajar!
Se vier a Índia a trabalho, faça questão de ter direito de tirar dias de folga, esticar feriados, de não trabalhar todos os Sábados... É mesmo uma necessidade. Teria Amyr Klink escrito o famoso: “...um homem precisa viajar...” depois de uma temporada na Índia?
Só posso concordar com ele.
Aproveitando um feriado na terça-feira, partimos para 4 dias na praia. Éramos alguns trainees que moravam em Bangalore, outros de Mumbai e outros de Chennai. Ao todo: uns 16. Dentre estes, a Juli!!! A Juli é uma amiga colombiana, trabalhamos e dividimos uma casa (ou flat??) durante 1 ano em SP. Coincidência boa estarmos os dois na Índia agora.
Decidimos ir a Pallolem Beach, no Sul de Goa. Parecia que estávamos todos na mesma situação: stressados com o trabalho ou com a cidade que estávamos vivendo. O plano era re-la-xar. Nada de passeios longos, ônibus, visita a templos... “Só” praia, sol, mar, cerveja, comida bom e risadas.
Nós de Bangalore fomos de ônibus fretado e depois de virar a noite na estrada, acordamos em Goa. Caminhando para a praia, eu ainda tinha o incômodo de carregar uma mala maior, terno e laptop – de Goa iria para Delhi a trabalho. Tive explicar várias vezes: “porque você trouxe terno pra praia???”
Palolem Beach é uma vila pequena, colorida e graciosa. Claro que tem a rua do comércio (como as praias brasileiras), cheia de lojinhas de artesanato e outros souvenires. A praia é bonita: uma baia com rochas nas pontas, mar azul e areia fina. Ao fundo, entre castanheiras e coqueiros, as pousadas, sempre com o restaurante voltado ao mar e decorado com lanternas, colchões e almofadas coloridas – uns mais chiques e outros mais simples.
Após andar um bocado, acabamos encontrando uma pousada de bom preço e capaz de acomodar o grupo quase todo – alguns casais preferiram outra pousada. Chegando na pousada, não se passaram 5 minutos, já estava de bermudão, olhando as ondas e tomando uma cerveja gelada – mesmo depois de uma noite mal dormida da viagem.
Depois veio o café da manhã reforçado, mais uma cerveja e finalmente o primeiro mergulho no Mar Arábico, Oceano Índico. E foi exatamente isso que pensei quando me joguei no mar, boiando com a cara pro Sol: “meu Deus olha onde eu to! Nadando no Índico”!
O pessoal de Mumbai e Chennai chegou. Corri na praia pra dar um abraço na Juli e logo fui conhecendo todo mundo. Almoço na praia: camarão e peixe, é claro (como todo bom mineiro)! Praia também pede FUTEBOL! O jogo foi: América do Sul (Brasil e Colômbia) x África (África do Sul, Camarões e Egito). América do Sul na cabeça!
O Sol começou a baixar e fui caminhar na praia com a Juli – muito tempo sem conversar direito, muita coisa pra compartilhar sobre a loucura de se viver na Índia, planos para o futuro, coisas da cabeça e do coração.
Fomos ver o pôr-do-sol no lado esquerdo da praia, onde tem um resort de cabaninhas de madeira. Depois de subir nas pedras, uma cena estranha... Uma equipe de filmagem, gravando 2 mulheres loiras nas pedras, em poses sensuais enquanto um homem com cara de malandro as entrevistava. Disse pra Juli: “Putz, parece até filmagem de filme pornô”.
Queríamos tirar foto ao por-do-Sol, fui pedir um grupo de meninas que estavam do lado. A primeira coisa que uma delas me disse foi: “Você não acha que aquilo parece um filme pornô?”
De noite fomos jantar todos juntos, mesa gigante com papos e risadas diversos. O William levou uma garrafa de cachaça colombiana (além de 23 kilos de doces que trouxe na bagagem de mão, direto da Colômbia) – já tinha tomado antes, dilícia! Depois de comer, pedi um narguilê de maçã pra fumar com o pessoal. Desculpa o mineirês, mas ô trem bom pra relaxar!
Relaxei demais, bateu um sooono de fazer a pressão baixar. Fui sozinho de volta pra pousada, caminhando na praia onde vaquinhas dormiam (sim, tem vaca até na praia), ouvindo o quebrar das ondas sob a luz de um céu estrelado como há muito tempo não via.
Estava tão gostoso caminhar pela praia, sentindo a brisa fresca e salgada, que nem percebi que havia passado da pousada. Cheguei até o outro lado da praia, onde o céu estrelado se refletia num rio que desemboca no mar. Foi o reflexo das estrelas que me salvou de um banho de rio na madrugada.
Acordar na praia, ao som do mar, tomar um banho frio, uma água de côco e correr! Adoro correr, na praia então é compromisso certo – acordo cedo só pra correr na praia. Depois da corrida, café-da-manhã e de novo a rotina: cerveja, mar, mar, mar, cerveja, cerveja, mar, futebol, cerveja, risadas. Nossa pousada deixava pranchas de bodyboarding disponíveis aos hóspedes. Foi a primeira vez que usei essas pranchas, é muito bom!
Ficamos sabendo de uma festa, uma tal de Silent Noise (barulho silencioso). O esquema era: festa na areia, 2 DJs tocando trance, entrada free e música rolando até as 23:00. Depois deste horário, música só pra quem alugasse fones de ouvido sem fio. Estávamos cépticos sobre a festa, não alugamos os fones de ouvido. As onze anunciaram: a partir de agora, música só nos fones.
Foi incrível estar em um silêncio absoluto e ver centenas de pessoas com fones se remexendo na areia, sorrindo e dançando muito. Corri pra comprar o meu! Adorei a festa, ainda mais porque dava pra conhecer muita gente. Bastava pedir para tirar o fone e conversar normalmente, sem gritaria, sem mímica – fazia silêncio.
Voltei pra pousada às 5 e alguma coisa e tinha um compromisso logo mais. Tínhamos alugado um barco para ir ver golfinhos naquela manhã. Segundo os nativos, só seria possível logo de manhazinha, tipo às 7.
Não é bom pegar um barco mar adentro, de ressaca, sem dormir. Mas isso não foi o pior... Golfinhos??? Vimos de longe uns 3, só as costas enquanto fugiam dos barcos. Sabe aquelas cenas de filmes, com os golfinhos pulando perto do barco – pois é, não foi assim.
Uma das coisas mais legais da viagem foi ver o Sol se pôr no mar. No Brasil eu sempre via ele nascendo do mar e se pondo no continente... Mas eu tava do outro lado! Lindo, lindo ver aquela bola laranjada gigante se fundindo com o mar. Só faltou fazer Tsssssss.
Além de um lugar delicioso, a companhia era muito boa. Muito bom dar gargalhadas a todo o momento, ter conversas aleatórias e se divertir com gente do mundo todo... Além disso, se divertir com coisas novas como brincar de “catch” (uma das coisas que se faz no cricket) com o sul-africano e fazer acrobacias na areia.
Depois de 4 dias na praia, fui para Delhi relaxado, pronto pra agüentar uma série de reuniões, poluição, calor insuportável – o pacote completo. Goa pede outra visita. Lá, descobrir o melhor remédio para a vida caótica e irritante das metrópoles indianas – viajar!
Se vier a Índia a trabalho, faça questão de ter direito de tirar dias de folga, esticar feriados, de não trabalhar todos os Sábados... É mesmo uma necessidade. Teria Amyr Klink escrito o famoso: “...um homem precisa viajar...” depois de uma temporada na Índia?
Só posso concordar com ele.